BELFORD ROXO - Anunciar o nascimento de Jesus levando votos de felicidades de casa em casa é uma tradição mantida há décadas pelos grup...
A Federação de Reisado do Estado do Rio de Janeiro, que já chegou a catalogar mais de 500 grupos, 90 deles na Baixada, atualmente contabiliza em torno de 30 na região.
O festejo é realizado de 25 de dezembro até amanhã, Dia de Reis. No entanto, muitos grupos continuam a celebrar até 20 de janeiro para comemorar o Dia de São Sebastião. A celebração católica de origem portuguesa é composta por personagens como o palhaço, o folião e o mestre.
Em Belford Roxo, a folia Estrela do Oriente é comandada, há 48 anos, por Minervino Rodrigues Pereira, o Mestre Minervino, e reúne 12 integrantes de várias idades. "Herdei a folia do meu sogro e agora a família toda ajuda", diz o folião, de 77 anos, que calcula o custo do festejo. "São R$ 6 mil, em média, para roupas e instrumentos. Mas o povo ajuda", conta.
Mas a cantoria já não é mais a mesma. “Estamos lutando para sair. Mesmo com as dificuldades, estou sempre animado. É uma coisa que eu tenho de missão", acredita.
A Folia Irmandade Estrela Luminosa, em Nova Iguaçu, segue com a tradição natalina há mais de 40 anos. A frente do grupo formado por 18 pessoas, Jorge de Oliveira, 72 - o mestre Sabará - há dez anos entoa as cantigas de reisado. A certeza de continuidade repousa sobre o filho caçula. "Ele é sanfoneiro e me ajuda muito", diz o mestre. Apesar de regulamentada, a folia não recebe apoio da prefeitura. "Sem ajuda muita gente desiste", lamenta Sabará.
As comemorações são realizadas aos finais de semana. A concentração é no Estrada do Carro Quebrado, em Figueira.
Enchente impede festa em Queimados
As chuvas de dezembro levaram a esperança da Folia Boas Novas de Belém, em Queimados, de promover por mais um ano os festejos populares na região. Criado há 11 anos, o grupo perdeu os uniformes e instrumentos com a enchente que assolou o município.
"Quando vimos o estrago, choramos muito", lembra o fundador, Ataíde de Souza, 53 anos, que abriga a sede do grupo em sua própria casa, em Vila Guimarães. O grupo costuma se apresentar aos finais de semana e feriados. "Tínhamos mais de 200 casas esperando a visita nesta temporada", contabiliza Ataíde, que leva a folia a Nova Iguaçu, Belford Roxo, Queimados e o Centro do Rio. O prejuízo inclui a perda de quase 30 instrumentos - entre violões e tambores - e mais de 40 peças de uniforme.
Via Jornal O Dia